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O crescimento demográfico, urbanização desordenada e o mau gerenciamento fazem da competição pela água o estopim para dezenas de conflitos. Há 4.500 anos, uma das primeiras guerras da história da humanidade foi travada por causa da água, á margem do rio Eufrates, onde está localizado o Iraque nos dias de Hoje. Desde então a quantidade de água disponível no planeta vem mudando com passar dos anos, mas a explosão demográfica, urbanização desenfreada e o mau gerenciamento desse recurso insubstituível fizeram do acesso á água uma competição cada vez mais agressiva. Se analisarmos o fenômeno El Niño, que em ciclos de três a sete anos provoca o aumento na temperatura e diminuição no volume das chuvas, nos 90 países tropicais afetados por esse fenômeno climático entre 1950 e 2004, o risco de guerras acabaram dobrando, passando de 3% para 6%. Os países com grau de pobreza elevados infelizmente são os mais atingidos. A Austrália sofre com o El Niño, mas as chances de ter uma guerra civil é nula. Já em contrapartida, a guerra civil que acabou matando mais de duas milhões de pessoas no Sudão floresceu em 1963, ano em que o El Niño provocou secas severas, se intensificou no ano de 1976, 1983 e novamente este ano. No ano de 2000, 1,2 bilhão de pessoas não tinham água tratada para beber. Até 2025, serão 3,4 bilhões. Segundo a ONU, bastaria 0,16% do PIB mundial- o equivalente a 198 bilhões de dólares por ano- para o abastecimento regular de meio bilhão de pessoas, contingente hoje vulnerável a doenças e mesmo á morte por falta de água potável. Caso a questão continue ignorada, até 2030 a demandas de água superará a oferta em 40%. Matéria: Natalia Garcia. Fonte: Veja. Imagem: Google.